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Arquitetos: ARX Portugal Arquitectos
- Área: 1420 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício localiza-se sobre as dunas da Costa Nova, entre a praia e a Avenida da Nossa Senhora da Saúde que lhe dá serventia. Este areal é atravessado por uma extensa rede de caminhos flutuantes, em estrados de madeira sobre-elevados, que percorrem as dunas e fazem a ligação pedonal entre o aglomerado urbano e a praia. O lado Nascente desta rua é maioritariamente construído por pequenos edifícios de habitação de dois e três pisos. À cota da rua, apesar de não ser possível ver o mar, mas, pressente-se a sua presença para lá da duna.
O novo edifício propõe assumir-se como uma peça de remate das construções que com ele confinam e o lugar natural, com a sua polivalência funcional e presença pública e simbólica. Trata-se aqui concretamente de acomodar o novo posto de saúde, um centro social, sala de espectáculos, exposições e outros eventos públicos. Procura-se que a intervenção se caracterize por uma abordagem fundamentada em quatro tópicos: a tradição construtiva dos palheiros, a pedagogia da construção sobre a duna, o “edifício-paisagem“ enquanto parte do percurso de acesso físico e visual ao mar e a estrutura fundiária rural como matriz morfológica.
A tipologia de construção e de urbanidade original da Costa Nova constitui uma das principais premissas conceptuais do projeto, que procura reinterpretar, numa abordagem claramente contemporânea, o modo de olhar para o lugar e construir, ancestral e característico da Costa Nova. É por isso que, toda a construção que é feita em madeira, assenta numa rede semienterrada de fundações em betão armado, de forma a estabilizar o edifício que “flutuará“ sobre a duna, tal como as construções dos palheiros originais. Esta estratégia conceptual procura também tirar partido da implantação do edifício numa depressão do terreno, construindo uma ligação cômoda e fluida à cobertura, a partir da qual se terá uma ampla vista sobre o mar. Por contraponto, acompanhando a topografia natural, o passeio público prolonga-se pelo coração do edifício, abrindo-se numa nova praça pública em madeira, como um adro, que protege do vento e conduz o visitante ao seu interior.